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Futuro da refrigeração: novas soluções prometem reduzir impacto negativo do ar-condicionado no clima da Terra

Futuro da refrigeração: novas soluções prometem reduzir impacto negativo do ar-condicionado no clima da Terra

Fonte: https://umsoplaneta.globo.com/energia/noticia/2022/03/24/futuro-da-refrigeracao-novas-solucoes-prometem-reduzir-impacto-negativo-do-ar-condicionado-no-clima-da-terra.ghtml

Criado para solucionar um problema de umidade em 1902, o ar-condicionado se tornou um produto de primeira necessidade em muitos lugares do mundo. Ele regula a temperatura, controla a umidade, renova e filtra o ar do ambiente e o distribui de uma forma que evita bolsões de ar parado. Além de fazer a climatização ambiente, que é como se chama o uso do ar-condicionado em casa, os sistemas e equipamentos de refrigeração estão na indústria, no comércio e no setor de serviços, permitindo que fábricas, hospitais, supermercados e instituições de ensino, por exemplo, possam atender melhor a sociedade.

Só que o alívio tem seu preço, literalmente. O equipamento consome muita energia, o que produz gases de efeito estufa. Tem ainda o fato de a máquina utilizar fluidos refrigerantes para funcionar, especialmente os hidrofluorcarbonos (HFCs), que são eles próprios gases de efeito estufa. Problemas de instalação, acidentes ou a destruição da máquina fazem com que esse gás vaze lentamente para a atmosfera. Assim caímos numa armadilha: o ar-condicionado contribui para o aquecimento do planeta do qual ele tenta nos proteger.

Para resolver esse dilema, o Global Cooling Prize ofertou US$ 1 milhão para quem desenvolvesse uma tecnologia de resfriamento capaz de produzir cinco vezes menos gases de efeito estufa ao longo de sua vida útil do que uma unidade doméstica padrão. A competição durou de novembro de 2018 a abril de 2021 e teve dois vencedores entre oito finalistas (ao todo, foram 139 inscrições técnicas de 31 países). A iniciativa foi patrocinada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Índia, onde a competição aconteceu, além do Rocky Mountain Institute (RMI), uma coalizão de 24 países e Richard Branson, fundador e CEO do Virgin Group.

A inovação apresentada pela Daikin, uma dos principais fabricantes mundiais de ar condicionado, em parceria com a Nikken Sekkei, uma empresa de engenharia, inclui o uso do fluido refrigerante HFO-1234ze(E), um hidrofluorolefina que tem baixo potencial de aquecimento global comparado aos hidrofluorcarbonos. Apesar de não prejudicarem a camada de ozônio e permanecerem menos tempo na atmosfera do que o dióxido de carbono (são 20 anos contra cem), esses gases têm um poder de aquecimento de mil a três mil vezes o do CO2.

O Relatório de Emissões de Refrigeração e Síntese de Políticas, publicado pela ONU e pela Agência Internacional de Energia (IEA) em 2020, aponta que a redução da produção e uso desses gases em 85% poderia evitar 0,4°C de aquecimento global até 2100. O compromisso foi assumido por 130 países na Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.

Até 2050, medidas de eficiência energética e adoção de gases refrigerantes menos poluentes podem deixar de gerar de 210 a 460 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. Se os aparelhos de ar-condicionado tiverem o dobro da eficiência energética atual, isso reduziria a necessidade de 1.300 gigawatts de capacidade adicional de geração elétrica para atender à demanda – o equivalente à produção das termoelétricas na China e na Índia em 2018. A redução dos custos de geração, transmissão e distribuição de eletricidade somaria US$ 2,9 trilhões.